Eu nunca imaginei que escreveria sobre isso, mas depois de tudo o que vivi, sinto que compartilhar essa experiência pode ajudar outras mulheres que, como eu, estão se redescobrindo depois dos 50. Me divorciei após 26 anos de casamento. Foi uma mistura de alívio e medo. Alívio por finalmente me libertar de uma relação desgastada, e medo por não saber quem eu era fora desse papel de esposa, mãe… e medo ainda maior de nunca mais sentir prazer de verdade. Sim, prazer. A verdade é que eu já tinha me esquecido do que isso significava.
Depois de meses focando em mim mesma, terapia, e tentando entender o que eu queria, aconteceu algo que eu não esperava: conheci alguém. Não, não foi amor à primeira vista nem aquelas paixões arrebatadoras. Mas foi uma conexão. E foi leve, divertido, e inesperado. Ele me fez sentir confortável de uma maneira que eu não me permitia há muito tempo.
Lembro perfeitamente do dia que tudo aconteceu. Estávamos juntos há algumas semanas e a tensão entre nós já era nítida. Ele me olhava com um carinho e uma curiosidade que me desarmaram. Me senti desejada de novo, mas, principalmente, me senti segura, livre de julgamentos. Estávamos no sofá, rindo de algo bobo, quando ele me beijou de um jeito que me tirou o fôlego. Não era pressa, era como se ele tivesse todo o tempo do mundo para me descobrir, e isso mexeu comigo.
Eu estava nervosa, claro. A ideia de ficar nua diante de outra pessoa depois de tanto tempo me causava calafrios. Não por ele, mas por mim. Por anos, eu escondi meu corpo, minhas inseguranças. Mas ali, naquele momento, algo em mim mudou. Eu decidi que era hora de me libertar. E assim foi. Não me preocupei com as rugas, com a barriga, com os anos que meu corpo carregava. Só me deixei levar.
Quando ele começou a me tocar, algo despertou em mim. Eram toques suaves, sem pressa, como se ele estivesse desenhando um mapa em minha pele. E eu, pela primeira vez em anos, relaxei de verdade. Parei de me preocupar com o que ele estava pensando, se eu estava “fazendo certo”, e simplesmente senti. Foi como se cada parte de mim estivesse viva, desperta.
E então aconteceu. Sem aviso, sem eu ter que “forçar” ou “tentar” sentir algo. Meu corpo reagiu de uma forma que eu nem lembrava ser possível. Foi intenso, e, ao mesmo tempo, suave. Um orgasmo que não era só físico, era emocional, libertador.
Eu nunca pensei que, depois de tanto tempo, seria possível me sentir assim novamente. Não foi sobre ele, ou sobre estar com alguém novo. Foi sobre mim, redescobrindo meu próprio corpo, minha própria sexualidade. O divórcio foi uma separação, mas também um renascimento. E esse momento foi a prova de que o prazer ainda faz parte da minha vida – e, honestamente, é mais forte agora do que nunca.
Eu sempre ouvi que o prazer feminino diminui com a idade, que a gente perde o interesse, ou que o corpo já não responde da mesma forma. Não acredite. Eu descobri que, quando a gente se permite, quando se abre para a possibilidade de sentir, o prazer pode ser ainda mais intenso. E eu estou aqui, com 52 anos, para garantir a vocês: isso não tem data de validade.
Então, se você está aí, do outro lado, se perguntando se ainda dá tempo, eu te digo: dá. E como dá! O primeiro passo é seu. O resto, bem, o resto é uma surpresa deliciosa que o seu corpo ainda pode te dar.