Por Mari Willians
A Semana Mundial da Amamentação, comemorada na primeira semana de agosto, é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância desse momento não apenas para a saúde do bebê, mas também para o bem-estar da mãe. A amamentação pode gerar conexão profunda entre mãe e criança, oferecendo inúmeros benefícios físicos e emocionais para ambos. No entanto, esse período também traz mudanças significativas na vida da mulher, especialmente em relação à sua sexualidade e libido.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação com exclusividade até os seis meses de vida e, de forma complementar, até os dois anos ou mais. O leite materno é rico em nutrientes e anticorpos que fortalecem o sistema imunológico do bebê, além de promover um vínculo afetivo entre mãe e filho.
Mudanças na libido e vida sexual
Durante o período de amamentação, muitas mulheres experimentam uma diminuição na libido e no desejo sexual, e isso é completamente normal. Essas mudanças são influenciadas por uma combinação de fatores hormonais, emocionais e físicos.
Fatores Hormonais
O aumento da prolactina e a diminuição do estrogênio e da progesterona, fisiologicamente, podem inferir no desejo sexual. A prolactina, o hormônio responsável pela produção de leite, tende a inibir os hormônios que estimulam as glândulas sexuais, o que pode levar a uma redução na libido. Além disso, os níveis de estrogênio caem durante a amamentação, o que pode causar ressecamento vaginal e tornar o sexo desconfortável ou menos atraente. Para essa última queixa, fica ressaltada a importância do uso de lubrificante (https://www.innwellness.com.br/produtos/gel-lubrificante-intimo/) caso haja relação sexual, para evitar desconfortos e aumentar as sensações de prazer.
- Fatores emocionais e físicos
O desgaste físico devido aos cuidados com o bebê, a privação de sono e as novas responsabilidades podem afetar o desejo sexual. Muitas mães relatam sentir-se menos atraentes ou desconectadas de sua sexualidade durante esse período.
Além disso, a amamentação constante pode fazer com que os seios, que para muitas é uma zona erógena e prazerosa, passem a ser vistos exclusivamente como uma fonte de nutrição para o bebê, o que pode gerar desconfortos quando tocados pelo parceiro, e alterar a percepção do corpo e da sexualidade da mulher.
Como lidar com as mudanças na vida sexual
É importante lembrar que essas mudanças são temporárias e fazem parte do processo de adaptação da maternidade. Algumas dicas para lidar com essa nova fase incluem:
1. Comunicação aberta: Conversar com sua parceria sobre sexo é essencial em qualquer etapa da relação, mas sobretudo após o nascimento de uma criança, se abrir sobre os sentimentos e as mudanças na libido é essencial. A compreensão mútua pode ajudar a reduzir a pressão e criar um ambiente de apoio, o que facilitará muito mais a retomada de uma vida sexual mais ativa.
2. Reinventar a intimidade: O sexo não se resume apenas ao ato. Carícias, beijos e outros gestos de carinho podem ajudar a manter a conexão, a paixão e o desejo entre o casal. Que tal oferecer ou pedir a sua parceria uma massagem nos pés? Além do alívio físico, pode ser uma atividade de excitação e/ou intimidade.
3. Respeitar o tempo do corpo: Cada mulher tem seu tempo para recuperar o desejo sexual após o parto. Respeitar esse tempo e não se forçar a atender expectativas externas é fundamental.
4. Experienciar a sexualidade a sós: Investigar as mudanças do seu corpo e se reconectar com seu prazer também pode ser feito de maneira sola! Caso consiga, reserve um momento para um bom banho e, caso tenha desejo, explore a região da sua vulva com um bom lubrificante ou até um vibrador. Entender alterações corporais a sós pode melhorar sua autoestima, e tornar mais assertiva sua comunicação com a sua parceria.
5. Buscar apoio especializado: Se a falta de libido ou desconforto físico persistirem e estiverem afetando a qualidade de vida, pode ser útil buscar a orientação de uma profissional, como uma ginecologista, sexóloga ou terapeuta sexual.
A Semana Mundial da Amamentação é um momento para divulgar informação e apoiar a amamentação, mas também para reconhecer as diversas mudanças que ocorrem na vida da mãe durante esse período. Entender as alterações na libido e na sexualidade como parte natural desse processo pode ajudar as mães a se sentirem mais seguras e confortáveis em suas novas jornadas. Um novo corpo pede novos cuidados, e esse processo de autoconhecimento pode ser delicioso e transformador.